quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Recomeçar é o segredo.

Enquanto Camila caminhava em direção ao balcão, Marcos buscava em suas últimas palavras um sentido concreto.

" Me procure daqui cinco anos..." disse ela, mas o que haveria de errado com o presente? Será que fora aquela noite em que ela se sentiu pressionada? De qualquer forma, Camila sempre foi instável...

Ela vai me procurar, pensava Marcos em todas as brigas, porém, era sempre ele quem achava um bar e se deparava com ela no balcão, nunca foi um problema seu vício, exceto pelo fato de os dois terem muitos lugares em comum. Sempre a procura de uma mesa de cinuca e ela de algo p/ perder a noção da realidade.

Mas nesse caso, ela nem reparou na mesa de jogos e nas apostas, simplesmente percebeu o quanto brilhava o balcão vermelho,parecendo ser coberto por uma camada d verniz. O drinque deve ser caro, mas ela não queria pensar nisso, não agora... Marcos realmente passou dos limites. Não haveria volta, prometera ela a si mesma.

Marcos a viu, ela estava com aquele mesmo vestido preto, aquele mesmo sapato vermelho boneca e aquela mesma bolsa surrada. E ao mesmo tempo em que estava com aparência de não ver uma cama há tempo, o fato de estar lúcida a deixava mais bonita do que realmente era.

Caminhou em sua direção, tentando tocar-lhe o ombro, e percebeu q ela estava usando aquele perfume com o frasco em formato d uvas, aquele do ultimo natal, da ultima ceia e da ultima cena feliz q ele tinha em sua memoria. Isso o deixou mais leve, e ele teve certeza naquele momento q não era o perfume, não era o vestido, não era o balcão vermelho, não era nada dela, ou em volta dela, era simplesmente ela.

É uma pena q ela não valha nada sem essas coisas tão velhas e mal cuidadas.

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"Sou somente uma alma em tentação, Em rota de colisão. Deslocada, estranha e aqui presente." Lenine (fere e rente)